Nos últimos anos, a forma como as empresas acessam e utilizam a internet mudou drasticamente. O trabalho remoto, a digitalização de processos, a IoT (internet das coisas), aplicações em nuvem e videoconferências em alta definição colocaram as redes sem fio sob nova pressão. Nesse cenário, o Wi-Fi 7 surge como a próxima geração de redes sem fio, oferecendo melhorias substanciais em relação ao Wi-Fi 6 — que por sua vez, já representava um salto frente ao Wi-Fi 5.
Mas o que muda exatamente? Vale a pena atualizar sua infraestrutura? O que essa tecnologia entrega na prática? Neste artigo, a EVOS te explica, de forma objetiva, o que você precisa saber sobre o tema.
O que é o Wi-Fi 6?
O Wi-Fi 6, ou IEEE 802.11ax, foi lançado para lidar com o crescente número de dispositivos conectados às redes — algo comum em ambientes empresariais, educacionais e industriais.
Entre suas melhorias em relação ao Wi-Fi 5, destacam-se:
- Maior velocidade teórica (até 9,6 Gbps)
- Melhor desempenho com múltiplos dispositivos conectados
- Redução de latência
- Eficiência espectral com OFDMA e MU-MIMO
- Segurança reforçada com WPA3
Em 2021, com a chegada do Wi-Fi 6E, foi incluído o suporte à nova faixa de frequência de 6 GHz, abrindo novos canais e menos interferência.
Porém, o Wi-Fi 6E ainda operava com a estrutura técnica do Wi-Fi 6 — sem explorar todo o potencial da faixa de 6 GHz.
O que é o Wi-Fi 7 e o que ele traz de novo?
O Wi-Fi 7, oficialmente chamado IEEE 802.11be Extremely High Throughput (EHT), é a primeira geração pensada desde o início para explorar todas as bandas de frequência disponíveis e operar em ambientes complexos.
As principais inovações incluem:
1. Multi-Link Operation (MLO)
O MLO permite que um único dispositivo se conecte simultaneamente a diferentes bandas de frequência (2.4 GHz, 5 GHz e 6 GHz). Isso oferece:
- Maior estabilidade
- Menor latência
- Failover automático (se uma banda cair, outra continua)
2. 4096-QAM
A nova modulação 4096-QAM (Quadrature Amplitude Modulation) possibilita o envio de mais bits por símbolo, aumentando a taxa de transferência em até 20% em relação ao Wi-Fi 6 (que usa 1024-QAM).
3. MRU (Multiple Resource Units)
Essa tecnologia melhora a forma como os dados são organizados e enviados a múltiplos dispositivos — ideal para ambientes de alta densidade, como:
- Fábricas com sensores IoT
- Escritórios com muitos notebooks e smartphones
- Ambientes educacionais e hospitalares
4. Canais de até 320 MHz
Enquanto o Wi-Fi 6 utiliza canais de até 160 MHz, o Wi-Fi 7 dobra essa capacidade, permitindo mais dados, com menos interferência.
5. Latência ultrabaixa
Graças ao MLO e ao gerenciamento inteligente de recursos, o Wi-Fi 7 oferece tempos de resposta significativamente menores, fundamentais para:
- Realidade virtual e aumentada
- Games em nuvem
- Streaming ao vivo em 4K ou 8K
- Telemedicina
Comparativo lado a lado: Wi-Fi 6 vs Wi-Fi 7
Recurso | Wi-Fi 6 (802.11ax) | Wi-Fi 7 (802.11be) |
---|---|---|
Frequência | 2.4 / 5 GHz (6 GHz no 6E) | 2.4 / 5 / 6 GHz simultâneas |
Velocidade teórica máxima | até 9,6 Gbps | até 30 Gbps |
Modulação | 1024-QAM | 4096-QAM |
Largura de canal | até 160 MHz | até 320 MHz |
Conexão multi-banda | Não | Sim (via MLO) |
Eficiência em múltiplos dispositivos | Alta | Muito alta (com MRU) |
Latência | Reduzida | Muito baixa |
Segurança | WPA3 | WPA3 + recursos como Wi-Fi Shield |
Para quais empresas o Wi-Fi 7 faz mais sentido?
Embora qualquer organização se beneficie de uma rede mais rápida e estável, o Wi-Fi 7 é especialmente vantajoso para:
- Escritórios com alto volume de dispositivos conectados
- Startups e empresas digitais que utilizam cloud intensivamente
- Fábricas e indústrias 4.0, com grande presença de sensores e IoT
- Ambientes de saúde que usam telemedicina ou monitoramento remoto
- Escolas e universidades com aulas híbridas e transmissões simultâneas
Mesmo empresas menores, que desejam evitar gargalos de conectividade nos próximos anos, podem considerar o investimento como forma de antecipação.
Wi-Fi 7 é tendência ou necessidade?
O Wi-Fi 7 representa mais que um salto de velocidade: ele responde aos desafios reais da conectividade moderna — mais dispositivos, mais tráfego simultâneo, mais aplicações em tempo real.
Empresas que dependem de estabilidade, desempenho e escalabilidade em suas redes devem considerar o Wi-Fi 7 como uma evolução natural da infraestrutura.
Na EVOS, acompanhamos de perto a evolução do setor e estamos preparados para orientar sua empresa em cada etapa da jornada, do diagnóstico à implementação de soluções avançadas em conectividade.